E nossa história começou em 2007...
A Cia Corpocena foi criada por
ex-alunas do curso de Comunicação e Artes do Corpo - PUC, Cristiane e
Valquiria, nasceu do desejo de investigar as possíveis relações entre dança e
literatura, em pouco tempo o interesse pelo que é poético extrapolou a relação
com as palavras e ganhou os espaços, transformando-se na pergunta: O que é
poético? A pergunta, aparentemente simples, em tentativas de resposta,
transformou-se em O que é poético? Desde então, na busca por um corpo
poético-político, não para de desdobrar-se em novas perguntas.
Em 2010, vamos para as ruas com o nosso Cortejo Poético, experimento
realizado no espaço urbano, buscando as possibilidades poéticas das relações
entre corpo e arquitetura.
Sobre a necessidade de criar ou evidenciar as relações entre corpo e
ambiente, sua história, arquitetura, pessoas e imaginários.
Nossa residência na Biblioteca de São Paulo gerou cinco experimentos:
A poética da biblioteca
Composição cênica que chamou a atenção para o que esta além das prateleiras da biblioteca: o espaço que os livros podem abrir; o diálogo com os frequentadores e a dança que se constrói desse diálogo.
Composição cênica que chamou a atenção para o que esta além das prateleiras da biblioteca: o espaço que os livros podem abrir; o diálogo com os frequentadores e a dança que se constrói desse diálogo.
fotos: Thiago Ventura
Lançar-se ao diálogo com um espaço é questionar sua forma acabada propondo outras possibilidades poéticas.
“independência”
Qual o sentido atual em se comemorar o dia 7 de setembro?
...a independência real do Brasil diante da força da imagem do quadro “O Grito do Ipiranga” de Pedro Américo (1888)...
"...a força da imagem cada vez mais dita às regras sociais, sem necessariamente, corresponder à realidade..."
fotos: Juliana Baraúna
Devir infância
Devir infância , experimenta a brincadeira como possibilidade de transformação do
espaço. O brincar pensado como estratégia de sobrevivência e construção de
valores simbólicos, como forma de convivência e troca de experiência entre
pessoas de idades e repertórios de vida diferentes.
111
foto: Juliana Baraúna
A partir do estudo de caso do massacre do
Carandiru, propusemos uma reflexão a respeito da banalização da violência na
contemporaneidade, levando em consideração a substituição do Complexo
Penitenciário por esse moderno centro de lazer.
foto: Juliana Baraúna
Espaço-Entre
Espaços construídos para convivência, mas por medo
da violência, acabam virando lugar de passagem... Buscando construir na relação
com os passantes, formas de estar e re-significar o espaço de convivência, as
intérpretes usavam máscaras construídas para serem alegorias daquele
ambiente...
Foto: Juliana Baraúna
Por uma poética da dança que a mantenha no campo
da
invenção!!!
Fui educado pela
Imaginação,
Viajei pela mão dela sempre,
Amei, odiei, falei, pensei sempre por isso,
E todos os dias têm essa janela por diante,
E todas as horas parecem minhas dessa maneira.
(Álvaro de Campos)
A criança constrói conhecimento e valores
através de suas brincadeiras, aprendidas e compartilhadas no seu encontro com
outras crianças e/ou adultos ou inventadas, mergulhamos no universo da
infância, não como um tempo cronológico, mas como um “devir”.
Em 2012 nasce Fui educado pela Imaginação, espetáculo de dança contemporânea paras todas as infâncias.
Fui educado pela Imaginação constrói uma poética cênica não linear sobre o universo das brincadeiras
infantis, num jogo entre memória e imaginação dos criadores - intérpretes,
levando à cena brincadeiras conhecidas e outras inventadas em composição com
pequenas fábulas de medo, heroísmo e fantasia.
fotos: Thiago Ventura
No meio do caminho tinha uma intervenção... uma nova intervenção surgiu no meio do caminho...
Espaços para Dança - 2013
Foto: Danilo Pera
Em 2013, mergulhamos no universo feminino e seus arquétipos, destes procedimentos e experimentações surgiu materiais cênicos que se desdobrariam em estudos e ações deste universo.
O que é
o feminino? O que é o feminino? O que é o feminino?.........
Imersões e procedimentos no espaço CLAC.
Registro dos ensaios
Em 2015, a Cia Corpocena realizou o projeto Sobre Mulheres e Pássaros, este projeto propôs um conjunto de ações onde buscávamos o aprofundamento de algumas questões recorrentes acerca do corpo, do corpo feminino em especial; da violência contra a mulher desde sempre naturalizada e da necessidade de preservar o universo simbólico, como estratégia poética-politica de resistência.
Triste flor que cresce só e não tem outra comoção
Senão sua sombra na água vista com atonia.”
MALLARMÉ, Hérodiade
“No corpo, não existe nada que “devesse
ser” de algum jeito. A questão não está no tamanho, no formato ou na idade...A
questão selvagem está em saber se esse corpo sente, se ele tem um vínculo
adequado com o prazer, com o coração, com a alma, com o mundo selvagem. Ele tem
alegria, felicidade?Ele consegue ao seu modo se movimentar,dançar, gingar,
balançar, investir? É só isso que importa.”
(Clarissa Pinkola Estés - Mulheres Que
Correm Com Os Lobos)
"Houve
até muitas pessoas que se afogaram num espelho...”
AMO
X Gò.MEZ DE LA SER-NA, Gustave Vincongru, p. 23
“...pulsação de feminino ferido pelo
mundo doente e febril, pela violência de um mundo excessivamente modelador,
onde a liberdade de ser transformou-se na prisão dos modelos a seguir...” Anotação do caderno da artista Valquiria
Vieira
“O símbolo
anuncia um outro plano da consciência, que não é o da evidência racional; é a
chave de um mistério, o único modo de se dizer aquilo que não se pode ser
apreendido de outra forma; ele jamais é explicado de modo definitivo e deve
sempre ser decifrado de novo”
(CHEVALIER,J.&CHEERBRANTE,1993, XVI)
Registro dos ensaios
Em 2015, a Cia Corpocena realizou o projeto Sobre Mulheres e Pássaros, este projeto propôs um conjunto de ações onde buscávamos o aprofundamento de algumas questões recorrentes acerca do corpo, do corpo feminino em especial; da violência contra a mulher desde sempre naturalizada e da necessidade de preservar o universo simbólico, como estratégia poética-politica de resistência.
Ação
nº 1: Ninhos Urbanos - Outubro de 2015
O procedimento Ninhos Urbanos realizado em
parceria com o artista Otávio Donasci e sua obra “Casulos” buscava investigar
que tipo de ninho é possível no espaço urbano, nos levando à experimentação de
um material industrial (plástico) e sua relação com o consumo e o espaço
urbano. Nesse sentido, a ação é um experimento sensorial do espaço da rua
criado em diálogo entre as questões levantadas pela Cia Corpocena e a obra
“Casulos” que trata do nascimento/renascimento.
Ação
nº 2: Proclamações - Novembro de 2015
O
que estamos disputando afinal? Quais são as reivindicações?
Sobre
a disputa por ter voz para, muitas vezes, nada dizer. O procedimento consiste
na disputa violenta por um megafone em plena Avenida Paulista ponto de encontro
de manifestantes das mais diversas causas, o combate pela posse deste objeto
não gera nenhum texto além dos ruídos deste embate e das alterações de estados
corporais pela violência física.
Fotos: Claúdio Borici
Ação
nº 3: O levante das bruxas - Dezembro de 2015
O
que pode o corpo feminino? O que causa a presença feminina?
Nós somos as netas das bruxas que vocês não
conseguiram queimar! Somos a resistência! Somos milhares! Os tempos são de
luto! Luto por todos os atos de violência, declarados ou não.
A proposta da ação nº3 foi à elaboração de um
procedimento estético para artistas e não artistas tendo como referência o
universo simbólico e todas as mulheres assassinadas como bruxas por seus
conhecimentos. Uma celebração da potência feminina! O procedimento foi criado e
lançado como um chamamento nas redes sociais para mulheres de todas as idades
que estivessem interessadas em discutir essas questões por meio de uma ação
estética, seguindo as instruções para uma intervenção urbana.
Fotos: Claúdio Borici
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